Literatura indica que 90% dos atletas submetidos a técnicas

minimamente invasivas voltam as atividades normais logo após a cirurgia

As técnicas minimamente invasivas de tratamento na coluna parecem ser a solução para atletas que querem corrigir problemas no local, sem a diminuição do rendimento na prática das atividades físicas. Literaturas comparando as duas técnicas indicam que apenas 30% dos pacientes que passam por cirurgias convencionais voltam a praticar exercícios regularmente, Já nas cirurgias menos invasivas, esse número sobe para 90%.

Hoje se observa que atletas submetidos a essas técnicas tem uma rápida recuperação pós-operatória em casos de tratamentos pouco invasivos como: laser na coluna, cirurgias minimamente invasivas para hérnia de disco e artroplastias para discopatias lombares e cervicais, conforme explica o Dr. Marcelo Perocco, neurocirurgião especialista em coluna e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia; “Em uma cirurgia convencional de artrodese ou de fixação na coluna, o paciente demoraria de dois a três anos para fazer o que fazia antes, se voltasse. Atualmente, os atletas, podem retornar as suas atividades esportivas em um prazo mais curto. Tenho pacientes que, 15 dias após a inserção prótese de disco lombar já estavam retornando aos seus exercícios normais”, argumenta. O especialista ainda esclarece que a artroplastia consiste na substituição do disco lesionado por uma prótese articulada, que estabiliza a coluna e busca devolver ao paciente os movimentos e a mobilidade normal de antes. Esse é o caso de Danilo Bonfim, de 44 anos. O atleta de Wakeboard foi diagnosticado com uma hérnia de disco cervical. Bonfim tinha algumas crises de torcicolo e apenas fazia fisioterapia e tratamentos esporádicos. Com o aumento das dores agudas, procurou a ajuda de um especialista. “Eu tinha dores muito fortes e vivia a base de analgésicos. Precisei suspender as minhas atividades físicas. Os médicos me diziam para não operar e me indicavam fisioterapia ou RPG”, explica. 

Depois de diversas consultas médicas, tratamentos conservadores sem

sucesso e crises agudas, Bonfim foi indicado para a cirurgia “Operar a coluna é sempre um impacto. Eu fiquei com medo das consequências”, confessa. Bonfim realizou a cirurgia minimamente invasiva, e os resultados foram surpreendentes. “Um mês depois da cirurgia eu já estava fazendo todas as atividades que eu realizava antes, e eu quis esperar um pouco mais. Quinze dias depois da operação eu já estava liberado para voltar. Hoje, eu até esqueço que passei por um procedimento como esse” , relata o atleta.

Além da melhor recuperação, essas técnicas também garantem menor complicações pós cirúrgicas, conforme explica o Dr. Perocco. “As técnicas minimamente invasivas também diminuem muito os casos de dor residual, limitação dos movimentos e até possíveis neurológicos tem incidência muito menor neste tipo de procedimento”, detalha.

A ausência de dor residual é outro ponto percebido por Murilo Bonfim. “Eu entrei na cirurgia com uma crise de dor. Acordei da cirurgia sem dor nenhuma e nunca mais precisei tomar um analgésico para isso. Também nunca mais senti dor na coluna praticando exercício físico”, conclui.

Outro paciente que estava em dúvida pelo procedimento foi o Sérgio. Ele trabalha como despachante, porém o seu maior hobby é paixão por motociclismo, que o acompanha há muitos anos. A maior ansiedade do paciente era que após a cirurgia ele precisasse deixar de fazer o que mais ama. Durante a consulta, foi verificado que para o caso de Sérgio, era possível optar pelo procedimento minimamente invasivo. “Eu realmente não esperava por um resultado tão rápido no pós-cirúrgico. O cirurgião autorizou que eu voltasse rapidamente para as minhas atividades diárias e ao trabalho. Logo um mês depois do procedimento eu realizei um sonho, viajar por mais de 3.500 km até o Chile e conhecer o Deserto do atacama, e tudo isso a bordo de minha moto”, conta Sérgio.

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